Quem ainda se lembra?
A Casa Branca nos Estados Unidos é conhecida por ser a residência oficial do presidente.
Em Portugal, a Casa Branca do Escoural é conhecida pela estação de comboios e, antigamente, pelas bifanas.
Hoje pouco resta do movimento dos comboios e as bifanas já desapareceram.
A aldeia foi construída em volta do largo da estação ferroviária, que funcionava como o rossio. Tudo girava em volta do largo, que também tem o nome de 1º de Maio.
A origem da aldeia é do século XIX, quando da construção das duas linhas de caminho de ferro que fazem aqui um entroncamento. Uma que vai para Beja e outra com destino a Évora.
Construíram casas para os ferroviários e até uma escola.
Terra de passagem, assim ficou até hoje. Surgiram cafés e um restaurante para quem esperava na estação, e tinham nas bifanas o seu produto de eleição.
Maria Eugénia trabalha num café no Largo da Estação há 41 anos e conta que nos primeiros anos havia muita gente, em particular militares. O comboio parava na estação 15 minutos e neste período chegava a vender uma centena de bifanas.
Na estação e no Largo funcionavam três pontos de venda e havia uma correria de gente de um lado para o outro.
Hoje em dia, Maria Eugénia já nem sequer faz as famosas bifanas. Só por encomenda, foram substituídas por sandes.
São poucos os passageiros dos comboios e há muito menos trabalhadores ferroviários.
O balcão é tradicional, com a tábua de levantar e azulejos na parte da frente. Destaque também para um lava-louças de mármore muito antigo e que está bem cuidado.
A estação ferroviária foi remodelada em 2010 e mantiveram algumas partes do edifício antigo. É o caso da bilheteira e da sala de espera.
Agora há muito menos gente e na aldeia as ruas estão quase desertas. Atualmente, a estação continua a servir de entroncamento da linha do Alentejo com a linha de Évora e por vezes a espera é de meia hora.
Só neste aspecto se compara com o passado.